O bando
Nem mesmo o frio, os faz parar de reclamar
As penas negras brilham no branco a se misturar
Os outros vagam por galhos sempre a saltar
Enquanto o mais esperto fica apenas a observar
O bando se junta como numa reunião
E todos parecem debater uma mesma questão
Para onde ir, pra onde voarão.
-Hoje a neve nos castigará sem perdão !
Resolve ele então tomar a frente
O bando aglomerado se separa de repente
O ancião esta passando vagarosamente
Enquanto os outros o observam prontamente
-Seguiremos descendo a colina,
Deveremos voar até as casas...
Encontraremos calor e comida...
Precisaremos de arvores com grossas cascas!
E assim o bando partiu
Se foram deixando muitas penas pra trás
O ancião foi o primeiro a partir
Mostrando aos outros como é que se faz.
Voaram por sob os telhados
Tão brancos quanto às nuvens
Pousaram todos desajeitados em uma arvore
-Cuidado, tolos e inúteis!
O aglomerado se fez novamente
E todos apenas em um galho
Quando um forte estampido soa claramente
Derrubando três do bando em forma de trapos
O restante partiu voando o mais alto
Num bater de asas amedrontado
O mais velho olhou para trás assustado
E descobriu ao longe quem era o culpado
O bando se foi deixando três mortos para trás
E que se salvem os mais espertos
O velho blasfemava olhando para o chão
Agora não só vendo o branco e preto...
( Ismael Fabrício )
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