Parte
8
Ele já estava de frente para o endereço que
acabará de olhar no papel. A mão vai até a cabeça passando pelos fios finos dos
cabelos. Era um prédio de seis andares, com escada de incêndio na lateral
direita e um pequeno estacionamento pelo lado esquerdo que mal cabiam 10 carros.
O homem vestido com um longo sobretudo se senta observando atentamente o local.
Deveria ter certeza de que não seria alguma armadilha da policia. Uma rápida sugada
no canudo fez com que o Milk shake subisse e logo descesse garganta abaixo. Levantou-se
arremessando com maestria o copo de plástico dentro da lixeira próxima a
calçada, agora seguindo em direção ao prédio a sua frente.
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-Vamos rapazes, temos que ir logo! –Diz o
detetive Muroy para os policias que se apressam em deixar as baias onde estavam
trabalhando da delegacia para ocupar os seus lugares nas viaturas.
-O que foi Muroy, por que toda
essa pressa homem? –Pergunta o delegado abrindo a porta do escritório com
apenas o tronco e a cabeça para o lado de fora.
-Conseguimos Senhor Smith,
vamos pegar o filho da mãe. Nos ligaram denunciando um estranho morador na
parte sul, mora em um apartamento a quase 7 meses, não têm registro de
trabalho, paga sempre em dinheiro e em notas grandes e novas, quase não sai, e
o carro dele é alugado, a placa bate com o carro que foi visto saindo da casa da
segunda vitima mês passado. Ele é nosso senhor, pegamos o Senhor Destino! –Afirmava
Muroy com um largo sorriso na face.
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Passando pela recepção, Destino
adentra o saguão impressionado com a beleza da decoração, visando os anos 70
com praticamente tudo nas varias tonalidades de marrom, desde as cortinas, até
as antigas poltronas centralizadas no meio, ao redor de uma pequena fonte de mármore
representando um grande escorpião.
-Vejamos apartamento 18, deve
ser no primeiro andar...terei que ficar próximo a janela. Será a minha única saída de fuga se algo
acontecer. Direta escada de emergência. Esquerda estacionamento. –Caminha Destino
em direção as escadas analisando uma possível fuga de quem fosse que pudesse
lhe fazer mal.
Chegando no andar de cima, observou a placa
azul, indicando o andar e os apartamentos de numeração impar e par. Impares
para o lado esquerdo e pares do lado direito.
-Estou com sorte. Escada de incêndio!
–Sussurra ele aliviado indo para a direita, checando a numeração nas portas,
até finalmente encontrar o 18 feito em metal presa a penúltima porta.
Destino arrumou o sobretudo e
a gravata azul escuro antes de bater na porta duas vezes, antes da mesma abrir
o revelando um homem franzino, aparentando seus 30 anos, cabelos ralos, vestido
com um fino terno cinza.
-Entre senhor, todos já chegaram,
só falta você! –Diz ele estendendo o braço para cumprimentar o convidado.
-Destino aperta a mão do homem
logo adentrando no apartamento luxuoso vendo a sua frente 7 pessoas entre
homens e mulheres, bem trajadas sentadas no confortável sofá tipo C.
-Bem vindo Sr.Destino, é assim
que o chamam correto? –Pergunta outro homem de traços finos e delicado, levando
à taça de bebida a boca.
Continua...