domingo, 25 de novembro de 2012

Sr.Destino - Parte 5

Posted by Ismael Fabrício on 12:14





Parte 5

                Leonard estava sentado em sua poltrona favorita, segurando aberto com uma das mãos um livro velho de capa suja, de titulo italiano que traduzido se chamava “O velho Farol”, enquanto fumava seu cachimbo da década de 70. O seu preferido. Também o único da época na sua vasta coleção de mais de quinhentas peças. Colecionava cachimbos e talvez fosse um dos únicos no país que colecionava presas de felinos diversos, desde pequenos gatos da selva até o mais temido dos leões. Caçava de vez em quando, apesar de não gostar muito de se aventurar, preferia comprar dos caçadores mais experientes, não importando o preço que lhe fosse cobrado, pois havia arrecadado uma fortuna depois de ter vendido sua empresa de tecidos. E teria dinheiro o bastante para viver esbanjando até seus 85 anos pelos seus calculos.
               A sala onde estava era repleta de obras de arte e de animais empalhados. A parede a sua frente estava recheada de pequenos quadros, dele com amigos e em poses com armas de quase todos os calibres. Um rápido descanso nos olhos, retirando o fino óculos o fez reparar na parede onde ficavam seus rifles, e haviam 7 deles, presos a parede firmemente e de modo que não encostavam na parede de madeira para evitar o rápido desgaste. Mas o oitavo rifle não estava no seu lugar. Mas como poderia ser possível, Leonard não sairá de seu lugar por nada, e tinha certeza que havia visto todos os oito em seus devidos lugares antes de se sentar. Até que um barulho soa vindo da cozinha. Leonard rapidamente se apressa em checar o que estava acontecendo. Imediatamente seguiu em direção a uma antiga escrivaninha um pouco a frente da poltrona e abrindo a gaveta segurou firmemente seu revolver, checando as munições, logo fechando o tambor e se apressando para talvez surpreender o possível ladrão.
–Esse rifle vale uns 15 mil dólares seu filho da mãe, não vou deixar você ficar com ele! -Pensava ele, enquanto se movia lentamente de costas para a parede, se aproximando da porta da cozinha, onde havia escutado o barulho.

*****************************************

              O homem já estava dentro da casa a sete minutos, dessa vez tinha recebido dois endereços, e estava confuso se o tempo que tinha era apenas para uma vitima ou para as duas. Nunca havia recebido dois endereços antes, e ainda mais pela manhã. Não eram nem mesmo 10 da manhã de sábado e já teria que matar duas pessoas antes mesmo de tomar o seu café. Não poderia esconder o medo que sentia, era também a primeira vez que teria que matar alguém que poderia ser uma ameaça a sua vida. Pela decoração da casa, e pelo bairro onde estava, as vitimas se tratavam de antigos irmãos de guerra, possivelmente patentes maiores do exercito. Mas não existia escolha a não ser prosseguir e rápido com a tarefa imposta.
             Apontando o longo cano da arma para a direção certa apenas esperou o rato cair na ratoeira.
                                                                                                                                        
*****************************************

             O velho guerrilheiro ainda sabia como se esgueirar, se lembrava das antigas missões no talibã, quando ainda comandava o grupo de garotos que atacavam como lobos as clareiras das terras escuras do país hostil em que se encontravam. Leonard se aproximava cautelosamente da porta, uma fresta o fez observar a cozinha quase toda por completa, o deixando em duvida se poderia adentrar em segurança, quando de repente outro forte barulho de metal soa agora do lado de fora. Era a lata de lixo encostada na porta de trás da casa. –O maldito esta fugindo pelos fundos!- Pensou ele já saindo de onde estava e adentrando na cozinha com medo de perder o ladrão de vista. Mas surpreendido com o gelado cano da arma em sua boca não vê outra alternativa a não ser parar, e agora apenas observa.


*****************************************

               A armadilha foi bem sucedida. O homem havia lançado dentro da lixeira do lado de fora uma lata de ervilha, que estava em cima do balcão de corte da pia, atraindo a atenção do velho para os fundos da casa, o fazendo passar pela cozinha. O rifle encostou na boca do homem no exato momento em que adentrou o recinto. Um passo para trás retirou o cano frio dos lábios do velho que apontava o revolver para o chão o segurando firmemente com ambas as mãos.
            -Largue a arma senhor e ajoelhe! –Ordena ele.
             -Podemos conversar rapaz, o que deseja? Tenho muito dinheiro e muitos itens valiosíssimos! – Diz Leonard ao ladrão que apontava o oitavo rifle de sua coleção pessoal em sua direção.
            -Eu vim até aqui para matá-lo miserável, apenas isso, dinheiro é o que não me falta! –Afirma ele já quase apertando por completo o gatilho dourado do rifle.
            -Mas por que me matar rapaz, o que eu fiz? –Pergunta o velho, olhando para os olhos claros do homem todo em negro na sua frente.
            E o som do disparo soa tão alto que chega a preocupar o homem que larga o rifle no piso antes branco da cozinha.
            -Só falta mais um! –Sussurra ele seguindo em direção da janela.

Continua...   

0 comentários:

Postar um comentário

  • RSS
  • Delicious
  • Digg
  • Facebook
  • Twitter
  • Linkedin

Busque aqui!