sábado, 21 de abril de 2012

Entrevista com Leandro Reis

Posted by Ismael Fabrício on 16:30

Leandro Reis - O livro ''O Senhor das Sombras''



Leandro Reis é o nome da fera.


Você acha que o gênero fantasia/ficção tem pouco espaço no Brasil?
A Fantasia e F.C. tem ganhado seu espaço a cada ano. Eu concordo que há 10 anos atrás nossas livrarias mal sabiam explicar o que é Fantasia ou Ficção Cientifica. Hoje isso mudou.
A maior mudança que vejo é o submarino criar a seção de Fantasia, não encontrado hoje nas livrarias nacionais. Esse ramo da literatura, do qual faço parte, ainda vai ter seu destaque e não demorará muito.


Quais dificuldades iniciais tem um autor de livros no Brasil?
Acho que a primeira dificuldade do autor é se auto-conhecer. A maioria dos autores, ao escrever seus primeiros trabalhos, possui um véu prateado na sua frente, tampando-lhe a visão com o seu próprio reflexo. Deste modo, o autor enxerga primeiro a si e o seu trabalho. Seus desejos e metas focam-se nesta imagem que ele vê: Quero ser um Bestseller. Quero que todos gostem da minha obra. Quero ficar rico.
A verdade é que todo o autor quer isso. É obvio. Mas o autor iniciante tem que romper esse véu e enxergar além. Quando fizer isso ele deixará esses desejos para depois e, olhando para a longa e penosa estrada que o aguarda verdadeiramente, desejará: Quero melhorar meus textos! Quero conhecer obras e estilos! Quero aprender tudo que outros escritores puderem me ensinar.
Acredito que essa é a maior dificuldade, pois toda obra criada é um pedaço do autor. Entender que este pedaço ainda é rústico e, às vezes, inaproveitável é o primeiro passo para gerar o trabalho que o levará para dentro das editoras e para o colo dos leitores.


Qual importância teve a internet para você, como autor?
A internet tornou possível que eu fosse escritor. Ela foi o ventre que possibilitou meu nascimento para este mundo. Através dela eu aprendi, vi meus erros, os corrigi e ainda os corrijo. Pela internet conheci escritores, aprendi sobre o mercado editorial, fiz contatos e conquistei uma editora. Pela internet negociei contratos, fiz booktrailers e desenhos às dezenas. E através dela, divulguei meus livros e outros trabalhos. Foi pela internet que os leitores espalharam meus contos e suas impressões e, com isso, trouxeram ainda mais fãs para dentro deste meu mundo. Orkut, Facebook, Skoob, Twitter e MSN são minhas ferramentas e, sem elas, nada teria acontecido.


Você acha que autores brasileiros são pouco valorizados dentro de seu próprio país?
Autores brasileiros são desconhecidos dentro de seu próprio país. Mas, desvalorizados, não. Em seis anos como escritor profissional eu nunca vi repulsa ou desprezo ao me apresentar como um escritor nacional. Pelo contrário, raras são as vezes em que não recebo um sorriso e um olhar de admiração por tal anuncio.


Como teve a ideia para escrever a saga Legado Goldshine?
Sua concepção foi desenvolvida aos poucos. Não é segredo que joguei bastante RPG de mesa na minha adolescência e, de todos os gêneros, o de capa e espada sempre me atraiu mais. Como não gostava dos cenários prontos, iniciei a criação de reinos, paisagens e personagens. Isso aconteceu entre 98 e 2004, em um processo moroso, em que muita coisa não se aproveita.
Quando comecei a escrever, bem mais maduro do que na época em que o criei, peguei os conceitos que julgava válidos e me esforcei para transformar tudo aquilo em algo fantástico.
Filhos de Galagah veio naturalmente deste cenário, inspirado em uma história antiga e colocado no papel com uma visão mais madura da coisa toda. Filhos de Galagah é fruto do objetivo de narrar uma saga neste mundo para entreter os fãs do gênero.



Quais seus autores preferidos e quais os melhores livros que você já leu?
Tolkien e Michael Ended dividem meu coração. Sempre cito A História Sem Fim como meu favorito e ainda não mudei de idéia, mas as Crônicas de Fog e Gelo estão prestes a mudar meu discurso.
Pergunte-me isto novamente em alguns anos. rs

Matéria: Taberna do Viking

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