Parte 4
Os policiais já estavam no local
do crime quando o detetive Muroy chegou na frente do prédio, descendo do carro
e seguindo em direção a recepção passando pela porta principal.
-O que temos? – Pergunta ele a um
dos policiais que isola a área.
-Não sabemos ao certo senhor, pode
ter sido tentativa de assalto ou algum acerto de contas, uma moradora nos disse
que o porteiro devia dinheiro a uns caras, apostas em cavalos.
-Certo,alguém viu mais alguma
coisa? –Pergunta ele olhando as horas no relógio preso a parede em cima da
recepção.
-Até agora não senhor, iremos checar
com os outros moradores...
O policia não havia nem mesmo
concluído sua idéia, quando outro policial descendo as escadas do andar de cima
grita: -Senhor aqui em cima rápido!
Muroy subiu as escadas
apressadamente seguido por dois outros policias.
-O senhor do apartamento 25 ouviu
um grito mais cedo no apartamento ao lado. Chequei a porta e estava aberta,
adentrei e encontrei um corpo de uma mulher na banheira. Acho que foi o
Sr.Des... –Tentava terminar a frase, mas foi interrompido.
-Vamos ver rapaz, não podemos
afirmar nada antes de ver com os nossos próprios olhos o local. –Interrompe
Muroy passando na frente, logo depois adentrando no apartamento que lhe foi
mostrado.
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O homem havia acabado de chegar.
Ao passar pela porta procurou tateando com a mão o interruptor. A luz fraca e
amarelada se acende próximo a mesa no fundo da sala. Ele caminha lentamente ate
a pia e se olha no espelho sujo. Sua feição é de cansado, estava correndo
contra o tempo desde muito cedo, nem havia dormido direito. Respira fundo e
segue em direção a uma pequena geladeira. A pequena porta é aberta e três
sanduíches cuidadosamente embalados são claramente vistos pelo homem na parte do
meio. Ele agarra um deles e pega na porta uma garrafa de água com gás. Segue
até a cadeira em seguida se sentando. Leva o indicador até o botão de ligar do
controle remoto no chão, próximo a alguns guardanapos sujos, fazendo a tela de
40 polegadas se iluminar, mostrando imagens de um filme antigo em preto e
branco.
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-Chequem as fitas das câmeras
de vigilância, devem estar em algum lugar da recepção! –Diz o detetive Muroy a
um dos policias a sua esquerda enquanto observava o banheiro molhado e sujo de
sangue onde ocorreu o homicídio.
-Foi ele senhor! Achei a cápsula
da 9mm e aposto que quando a pericia chegar, encontrará o projétil no meio da
testa dela. – Afirma outro policial se abaixando próximo a cápsula ao lado do
ralo.
-É, acho que tem razão, contando
com ela, já é a segunda vitima somente hoje. Temos que tomar uma decisão
rápida, ou a cidade vai ficar um caos com esse cara a solta.
De repente um flash como de uma
maquina fotográfica atravessa a janela iluminando a cena.
-Mas que merda, como esse cara
chegou ai? – Diz Muroy seguindo em direção ao fotografo pendurado na varanda do
apartamento. – Saia daí maldito, o que pensa que esta fazendo?
-Detetive? – O policial na porta
chama atenção de Mulroy, que seguia furioso em direção ao repórter, que teria
agora com certeza a sua foto na primeira pagina do jornal.
-O que foi? – Ele pergunta,
parando antes de retirar o fotografo da varanda.
-Não tinha fita senhor,
possivelmente foi retirada antes dele deixar o prédio...
-Que merda...me ligue com o FBI,
quero todos os possíveis suspeitos que eles tiverem, vou pegar esse cara custe
o que custar!
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O homem dava mordidas pequenas no
sanduíche e mastigava calmamente, despejando o liquido na boca vez ou outra.
Mas algo estava perturbando a sua refeição. Levou a mão no bolso lateral da
calça social, e retirou com dificuldade uma pequena fita de vídeo de cor cinza.
Uma rápida olhada e em seguida a lançou para cima da mesa, fazendo-a parar ao
lado de pinças e bisturis sujos de sangue, voltando novamente a comer enquanto
assistia o telejornal que começava, trazendo um leve sorriso no rosto do homem
que repetidamente mastigava.
Continua...
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