sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sr.Destino - Parte 4

Posted by Ismael Fabrício on 18:28




Parte 4

             Os policiais já estavam no local do crime quando o detetive Muroy chegou na frente do prédio, descendo do carro e seguindo em direção a recepção passando pela porta principal.
            -O que temos? – Pergunta ele a um dos policiais que isola a área.
             -Não sabemos ao certo senhor, pode ter sido tentativa de assalto ou algum acerto de contas, uma moradora nos disse que o porteiro devia dinheiro a uns caras, apostas em cavalos.
            -Certo,alguém viu mais alguma coisa? –Pergunta ele olhando as horas no relógio preso a parede em cima da recepção.
            -Até agora não senhor, iremos checar com os outros moradores...
             O policia não havia nem mesmo concluído sua idéia, quando outro policial descendo as escadas do andar de cima grita: -Senhor aqui em cima rápido!
            Muroy subiu as escadas apressadamente seguido por dois outros policias.
             -O senhor do apartamento 25 ouviu um grito mais cedo no apartamento ao lado. Chequei a porta e estava aberta, adentrei e encontrei um corpo de uma mulher na banheira.                            Acho que foi o Sr.Des... –Tentava terminar a frase, mas foi interrompido.
             -Vamos ver rapaz, não podemos afirmar nada antes de ver com os nossos próprios olhos o local. –Interrompe Muroy passando na frente, logo depois adentrando no apartamento que lhe foi mostrado.

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               O homem havia acabado de chegar. Ao passar pela porta procurou tateando com a mão o interruptor. A luz fraca e amarelada se acende próximo a mesa no fundo da sala. Ele caminha lentamente ate a pia e se olha no espelho sujo. Sua feição é de cansado, estava correndo contra o tempo desde muito cedo, nem havia dormido direito. Respira fundo e segue em direção a uma pequena geladeira. A pequena porta é aberta e três sanduíches  cuidadosamente embalados  são claramente vistos pelo homem na parte do meio. Ele agarra um deles e pega na porta uma garrafa de água com gás. Segue até a cadeira em seguida se sentando. Leva o indicador até o botão de ligar do controle remoto no chão, próximo a alguns guardanapos sujos, fazendo a tela de 40 polegadas se iluminar, mostrando imagens de um filme antigo em preto e branco.

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                 -Chequem as fitas das câmeras de vigilância, devem estar em algum lugar da recepção! –Diz o detetive Muroy a um dos policias a sua esquerda enquanto observava o banheiro molhado e sujo de sangue onde ocorreu o homicídio.
               -Foi ele senhor! Achei a cápsula da 9mm e aposto que quando a pericia chegar, encontrará o projétil no meio da testa dela. – Afirma outro policial se abaixando próximo a cápsula ao lado do ralo.
               -É, acho que tem razão, contando com ela, já é a segunda vitima somente hoje. Temos que tomar uma decisão rápida, ou a cidade vai ficar um caos com esse cara a solta.
              De repente um flash como de uma maquina fotográfica atravessa a janela iluminando a cena.
              -Mas que merda, como esse cara chegou ai? – Diz Muroy seguindo em direção ao fotografo pendurado na varanda do apartamento. – Saia daí maldito, o que pensa que esta fazendo?
              -Detetive? – O policial na porta chama atenção de Mulroy, que seguia furioso em direção ao repórter, que teria agora com certeza a sua foto na primeira pagina do jornal.
             -O que foi? – Ele pergunta, parando antes de retirar o fotografo da varanda.
             -Não tinha fita senhor, possivelmente foi retirada antes dele deixar o prédio...
              -Que merda...me ligue com o FBI, quero todos os possíveis suspeitos que eles tiverem, vou pegar esse cara custe o que custar!

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              O homem dava mordidas pequenas no sanduíche e mastigava calmamente, despejando o liquido na boca vez ou outra. Mas algo estava perturbando a sua refeição. Levou a mão no bolso lateral da calça social, e retirou com dificuldade uma pequena fita de vídeo de cor cinza. Uma rápida olhada e em seguida a lançou para cima da mesa, fazendo-a parar ao lado de pinças e bisturis sujos de sangue, voltando novamente a comer enquanto assistia o telejornal que começava, trazendo um leve sorriso no rosto do homem que repetidamente mastigava.

Continua...

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