Parte
7
A agulha penetrava
delicadamente a pele branca, a costurando de forma firme e precisa. Dessa vez a
TV não esta ligada como de costume. O gato passava por baixo das pernas e
deitava-se entre elas no momento em que Destino cortava a linha com uma pequena
tesoura, descendo a camisa regata azul marinho cobrindo o ferimento.
-Precisarei cobrir o
ferimento Aron, ou poderei pegar uma infecção. Vou à farmácia do próximo
quarteirão, logo estarei de volta. E passarei na loja de animais pra comprar a
sua ração que já esta no fim. –Diz ele passando a mão nas costas do felino que
mau se enxergava de tão negro que era seu pelo.
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-Precisamos fazer alguma
coisa detetive, quanto mais tempo perdemos, mais pessoas morrem pelas mãos
desse lunático! –Diz um homem gordo de terno e gravata, segurando em uma das
mãos um copo de café.
-Desculpa senhor mais estou
fazendo o que posso, além do mais não estou tendo a cooperação dos policias que
disse que eu teria em meu auxilio.
-Bem, isso já foi resolvido.
Terá ao seu comando quinze dos meus melhores homens, sabem tudo sobre as ruas
da cidade e seus meios mais obscuros, sete deles estão no seu último ano no
distrito, pois passarão pra narcóticos nos próximos meses.
-Certo, dessa forma terei mais
chance de encontrar alguma pista nesse palheiro. –Diz o detetive enquanto saia
da desconfortável sala de interrogatório do 25° Distrito de policia.
-Resolva logo isso senhor
Muroy ou passarei o caso para os federais. –Afirma o homem o olhando fixo nos
olhos, enquanto o detetive segue em direção a porta saindo e logo a fechando em
suas costas.
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Ele caminhava tranquilamente
pela calçada, sempre olhando mais para o chão do que para frente, se desviava
das latas de lixo e das caixas de correio praticamente em cima da hora, não
fazendo questão alguma de desviar das poucas pessoas que passavam ao seu lado.
-Ei senhor, deixou cair isso.
–Grita um garoto. Ele olha para ver o que havia caído e percebe entre os dedos
do garoto coberto por luva um papel amassado.
-Quando deixei cair isso
garoto? –Pergunta ele pegando o papel.
-Quando olhei estava caindo de
seu bolso. Quando pôs a mão caiu, eu vi senhor eu vi. –Repetia o garoto de
aproximadamente oito anos todo agasalhado pelo frio.
-Ryan? Vamos meu filho ou vai se
atrasar! –Gritou uma mulher loira de cabelos cacheados adentrando no carro azul
do outro lado da rua.
Destino desdobrou o papel vendo
o garoto entrar no carro e bater a porta.
Uma olhada no que estava
escrito o deixou surpreso, perplexo deixou o papel cair de sua mão e logo
tratou de seguir rapidamente ao seu objetivo. Voltaria para casa no mesmo
instante, mas já estava perto, e Aron ficaria faminto por todo o dia.
O vento sopra forte algumas
folhas de uma arvore no quintal vizinho levando junto o papel os fazendo
rodopiar no ar por duas vezes antes de se chocarem na parede, revelando para
quem quisesse ler a frase escrita bem grande em cor preta: “Você não está
sozinho amigo, lembra das 12 vitimas no Canadá? Encontre-me nesse endereço à Av.tr3wp2 rUv: 4oi
aPx: i8 exatamente às 2o:o0.”
Continua...
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